terça-feira, 30 de abril de 2013

A importância do meio familiar no processo de aprendizagem da criança


”A cada geração o seu destino e as suas dores. Devemos armar os nossos filhos para a luta heróica e difícil que os espera e eles vencerão”.

(CÉLESTIN FREINET)



Na literatura encontram-se várias referências quanto à importância do meio familiar no processo de aprendizagem da criança. Segundo Marturano (1998), a influência do ambiente familiar no aprendizado escolar é amplamente reconhecida. Porém, não se deve atribuir a ela toda a carga de responsabilidade pelo desempenho escolar do aluno. As características da criança e a escola também influem. Sendo assim, este trabalho construiu-se através de pesquisas bibliográficas e apresentou como objetivo geral refletir e pesquisar a necessidade e a importância da relação escola-família, tendo as intervenções do psicopedagogo como elo, na busca de propiciar uma aprendizagem significativa na educação do aluno. Este estudo teve uma abordagem qualitativa que, segundo Chizzotti (1991, p.79), “parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito”.


1 INTRODUÇÃO

O Dia Nacional da Família na Escola foi criado em 2001, pelo Ministério da Educação para conscientizar pais, educadores e toda a sociedade sobre a importância da união entre a escola e a família na formação dos alunos. Inúmeros exemplos vivenciados mostram que a escola melhora quando a família está presente. Se a família se interessa pela escola, a criança se interessa mais pelos estudos. E melhora o relacionamento da família com a criança e vice-versa.

A família desempenha um papel importante na formação do indivíduo, pois permite e possibilita a constituição de sua essencialidade. É nela que o homem concebe suas raízes e torna-se um ser capaz de elaboração alargador de competências próprias. A família é, portanto, a primeira instituição social formadora da criança. Dela depende em grande parte a personalidade do adulto que a criança virá a ser.

Se é na família que se constituem as alegrias, os desejos do homem, é na escola que o indivíduo deve encontrar alicerce para sua formação elaborada. Porém, as coisas não acontecem como deveriam em contexto escolar. A escola tem sido um local de transmissão do saber e não de desenvolvimento de competências integrais do aluno, competências essas essenciais na inserção social. Entende-se que deva ser papel do educador o desenvolvimento do ser humano numa desmistificação de que somente o conhecimento pronto e acabado é que vale. O desenvolvimento e o uso ativo de um contexto afetivo em sala de aula são fundamentais ao educando. A escola deve ser um local de alegria e ampliação de vontades e desejos, principalmente do desejo de aprender, pois na escola a criança recebe formação cultural tornando-se membro da sociedade.

A instituição escolar é local de desenvolvimento do saber e não de retaliação do aluno e castração de anseios. Família e escola devem aliar-se no objetivo de formar um aluno capaz e “bem resolvido” afetivamente porque, é justamente neste fator, que estão as disposições em aprender e conhecer mais e mais, construindo e firmando o conhecimento em apoios realmente sólidos.

No contexto da educação, vem sendo discutida com maior ênfase, a necessidade de uma participação efetiva das famílias na instituição escolar. Tal preocupação pode ser visualizada tanto nas propostas presentes na legislação educacional vigente, a exemplo da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), n. 9.394/96, como também em outras pesquisas e publicações a exemplo do Jornal do MEC.

No que se refere à legislação, a Constituição Federal, em seu artigo 205, afirma que “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família”. No título II, do artigo 1° da LDB, a redação é alterada para “a educação é dever da família e do Estado”, mudando a ordem de propriedade em que o termo família aparece antes do termo Estado. Se a família passa a ter uma maior responsabilidade com a educação, é necessário que as instituições família/escola mantenham uma relação que possibilite a realização de uma educação de qualidade.

No desenvolvimento deste trabalho emergiram algumas questões de estudo que nortearam toda a investigação, a saber: Em que medida o papel da família, da escola e do psicopedagogo pode contribuir para que os educandos superem suas dificuldades de aprendizagem escolares? Como levar a família a participar da vida escolar do seu filho? Qual a importância do psicopedagogo dentro das instituições de ensino?

A busca de conhecimento de como se relacionar com o aluno que possui dificuldade de aprendizagem escolar é de extrema importância para as famílias e educadores, pois objetivando uma melhor interação com o referido aluno favorecerá seu desenvolvimento, superação ou minimização das dificuldades de aprendizagem.

Este artigo, compreendeu em sua estrutura o Capítulo 1 com a introdução onde estão inseridas as questões de estudo seguidas do Capítulo 2 que abordou a visão afetiva entre escola e família. O fenômeno pesquisado, dificuldade de aprendizagem, foi desenvolvido no Capítulo 3. Finalizando o trabalho, a intervenção psicopedagógica no contexto das dificuldades da aprendizagem foi apresentada no Capítulo 4.

2 A VISÃO AFETIVA ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA

Desde os primeiros instantes de nascido o homem recebe a influência e a afetividade da atmosfera familiar. Conseqüentemente, a vida afetiva de uma pessoa tem uma longa trajetória pela educação nos convívios familiar e social.

Sabe-se que a educação não formal constitui-se num dos pilares essenciais na construção do eu. O desenrolar desta implicará num desenvolvimento harmônico ou não do indivíduo. Segundo Kupfer (1989, p.46):

A educação da criança deve primar a dominação dos instintos, uma vez que tem que inibir, proibir, reprimir. Sabe-se que a ausência de restrições e de orientações pode deseducar em vez de promover uma educação saudável. As angústias são inevitáveis, mas a repressão excessiva dos impulsos pode originar distúrbios neuróticos. O problema, portanto, é encontrar um equilíbrio entre proibições e permissão – eis a questão fundamental da educação.

Percebe-se ser impossível o desenvolvimento do indivíduo fortuitamente. A educação do contexto familiar influencia no desenvolvimento da autoconfiança da criança, formando-a e constituindo-a, enquanto ser humano completo. Os anseios, os desejos e as expectativas familiares que envolvem a criança, promovem bem-estar e equilíbrio quando dosados e colocados à disposição de maneira correta.

Todo educador sabe que o apoio da família é crucial no desempenho escolar. Segundo um estudo publicado no Journal of Family Psychology, da Associação Americana de Psicologia, as crianças que freqüentam festas e reuniões familiares têm mais saúde, melhor desempenho escolar e maior estabilidade emocional. E mesmo o SAEB/99 (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), apontou que nas escolas que contam com a parceria dos pais, onde há troca de informações com o diretor e os professores, os alunos aprendem melhor.

Diversos educadores brasileiros também defendem que a família realize um acompanhamento da escola, verificando se seus objetivos estão sendo devidamente alcançados.

Essa atuação dos pais ainda é bem rara, de acordo com os resultados de pesquisa realizada pelo Observatório do Universo Escolar. Essa instituição ouviu mais de cem pais e educadores da rede pública e privada de todo país e constatou que só 13% das escolas públicas mantêm um relacionamento próximo com a família. Por outro lado, 43,7% dos pais de alunos da rede pública acreditam que, se fossem promovidos mais encontros e palestras interessantes, haveria maior integração com a escola.

Por que pais e professores ainda não conseguem se entender? Segundo a mesma pesquisa, a maior parte dos educadores atribui aos pais a origem dos problemas de disciplina e apontam como fatores o novo modelo familiar, no qual os adultos permanecem pouco tempo em casa, ou ainda aquele que apresenta uma organização diferente da tradicional. Assim, muitas crianças vão à escola para ser educadas e algumas, para ser criadas. Ceccon, Oliveira e Oliveira (1999, p.87), assim falam a respeito:

A consciência de que a fase decisiva é a que antecede a escola obrigatória tem levado um número crescente de estudiosos a propor que a criança seja atendida mais cedo, com única solução para compensar as desvantagens que atingem as crianças mais pobres, dando-lhes melhores chances de sucesso quando mais tarde entrarem na escola.

O cruzamento de dados do SAEB revela que a nota dos alunos é melhor quando pais e professores se conhecem. Foi comprovado que a nota dos alunos é mais alta quando os pais possuem maior escolaridade ou são mais atuantes na vida acadêmica de seus filhos. Na quarta ano, por exemplo, a nota média de Português dos estudantes, cujos pais não conhecem o professor e o diretor é de 165,24. Quando o pai participa da vida escolar do filho, a nota sobe para 174,14. O mesmo acontece em Matemática, 178,11 contra 184,80.


3 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E SEU DIAGNÓSTICO

As dificuldades de aprendizagem, segundo Rogers (1988), podem significar uma alteração no aprendizado específico da leitura e escrita, ou alterações genéricas do processo de aprendizagem, onde outros aspectos, além da leitura e escrita, podem estar comprometidos (orgânico, motor, intelectual, social e emocional).

Conforme consta em Polity (1998, p.73), o termo Dificuldade de Aprendizagem é definido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (EUA) da seguinte forma:

Dificuldade de Aprendizagem é uma desordem que afeta as habilidades pessoais do sujeito em interpretar o que é visto, ouvido ou relacionar essas informações vindas de diferentes partes do cérebro. Essas limitações podem aparecer de diferentes formas: dificuldades específicas no falar, no escrever, coordenação motora, autocontrole, ou atenção. Essas dificuldades abrangem os trabalhos escolares e podem impedir o aprendizado da leitura, da escrita ou da matemática. Essas manifestações podem ocorrer durante toda a vida do sujeito, afetando várias facetas: trabalhos escolares, rotina diária, vida familiar, amizades e diversões. Em algumas pessoas as manifestações dessas desordens são aparentes. Em outras, aparece apenas um aspecto isolado do problema, causando impacto em outras áreas da vida.

Segundo a autora, esse termo é definido de várias maneiras, por diferentes autores, diferindo-se quanto à origem: orgânica, intelectual/cognitiva e emocional (incluindo-se aí a familiar). O que se observa na maioria dos casos é um entrelaçamento desses aspectos.

Para a compreensão das possíveis alterações no processo de aprendizagem é necessário considerar-se tanto as condições internas do organismo (aspecto anátomo-funcional e cognitivo), quanto as condições externas (estímulos recebidos do meio-ambiente) ao indivíduo. Fatores como linguagem, inteligência, dinâmica familiar, afetividade, motivação e escolaridade, devem desenvolver-se de forma integrada para que o processo se efetive (ROGERS, 1988).

Este trabalho refere-se ao papel da família no desenvolvimento da aprendizagem da criança quanto ao aspecto psicológico, emocional, social e de estimulação dos aspectos cognitivos.

Sabe-se que as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, geralmente, possuem uma baixa auto-estima em função de seus fracassos e que esses sentimentos podem estar vinculados aos comportamentos de desinteresse por determinadas atividades, tempo de atenção diminuído, falta de concentração e outros.

A família, desconhecendo as necessidades da criança e a maneira apropriada de lidar com esses aspectos, muitas vezes, necessita de orientações que lhe dê suporte e lhe possibilite ajudar seu filho. Fatores como motivação, formas de comunicação, estresses existentes no lar, influenciam o desempenho da criança no processo de aprendizagem, e os psicopedagogos, muitas vezes, sentem-se limitados quanto às orientações a serem dadas pela falta de conhecimento aprofundado sobre os diversos aspectos familiares que podem contribuir para um resultado mais desejável.

Vários comportamentos manifestados pelas mães também levam a questionar a respeito da influência familiar sobre a aprendizagem. Segundo Marturano (1999), há mães que demonstram excessiva ansiedade quanto a superação da dificuldade da criança; outras que se mostram impacientes quanto ao desempenho insatisfatório que o filho apresenta; mães que atribuem todo o problema à criança e a caracterizam como “preguiçosa”, “lerda”, “distraída”; mães que negam a dificuldade que a criança demonstra; mães que não acompanham as atividades de seu filho e mães que punem a criança pela seu fracasso nas atividades escolares.

Isso acontece pelo fato de os pais desconhecerem como ocorre a aprendizagem e, portanto, necessitam de orientações específicas a esse respeito. Sabe-se, também, que, muitas vezes, os conflitos familiares estão associados a essas manifestações e que as relações familiares são relevantes no desenvolvimento da criança, havendo, portanto, a necessidade de maior compreensão desse processo, por parte dos profissionais, para que possam intervir de forma mais abrangente diante da problemática.

Em muitos casos, em um trabalho especializado com crianças apresentando dificuldade de aprendizagem, não é suficiente transmitir aos pais as atividades específicas a serem realizadas; outros aspectos ligados à família, à escola ou relacionados a dificuldades em outras áreas do desenvolvimento também estão presentes, e é necessário ouvir os pais, analisar a situação e buscar caminhos que facilitem o desenvolvimento global da criança.

Alguns pais confiam seus filhos com dificuldade de aprendizagem aos professores acreditando que o mau desempenho da criança seja proveniente apenas de si mesma, sem questionar sua possível participação nessas alterações.

A importância da participação da família no processo de aprendizagem é inegável e a necessidade de se esclarecer e instrumentalizar os pais quanto as suas possibilidades em ajudar seus filhos com dificuldades de aprendizagem é evidenciada ao manifestarem suas dúvidas, inseguranças e falta de conhecimento em como fazê-lo. Conforme Martins (2001, p.28), “essa problemática gera nos pais sentimentos de angústia e ansiedade por se sentirem impossibilitados de lidar de maneira acertada com a situação”.

Acredita-se que um programa de intervenção familiar seja de fundamental importância para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. O relacionamento familiar, a disponibilidade e interesse dos pais na orientação educacional de seus filhos, são aspectos indispensáveis de ajuda à criança. Em um trabalho de orientação a pais, de acordo com Polity (1998), é possível despertar a sensibilidade dos mesmos para a importância destes aspectos, dando-lhes a oportunidade de falar sobre seus sentimentos, expectativas, e esclarecendo-lhes quanto às necessidades da criança e estratégias que facilitam o seu desenvolvimento.

Através das experiências e relações interpessoais, a família pode promover o desenvolvimento intelectual, emocional e social da criança. Ela pode criar situações no dia-a-dia que estimularão esses aspectos, desde que esteja desperta para isso. Além disso, a participação da criança nas atividades rotineiras do lar e a formação de hábitos também são importantes na aquisição dos requisitos básicos para a aprendizagem, pois estimulam a organização interna e a habilidade para o ‘fazer’, de maneira geral (MARTURANO, 1998).

A família tem um papel central no desenvolvimento da criança, pois é dentro dela que se realizam as aprendizagens básicas necessárias para o desenvolvimento na sociedade, como a linguagem, sistema de valores, controle da impulsividade. As características da criança também são determinadas pelos grupos sociais que frequenta e pelas características próprias, como temperamento.

As crianças possuem uma tendência natural, instintiva que as direciona ao desenvolvimento de suas potencialidades. Os pais devem ter conhecimento desse processo para que não dificultem ou impeçam o crescimento espontâneo da criança. Pela falta de compreensão da natureza e necessidades básicas do ser humano, os pais, muitas vezes, prejudicam a busca do próprio desenvolvimento, pela criança. O modo como os pais lidam com seus filhos pode ajudá-los no desenvolvimento das suas potencialidades e no relacionamento com o mundo, possibilitando-lhes o enriquecimento pessoal através das experiências que o meio lhes proporciona.

O processo educativo (desenvolvimento gradativo da capacidade física, intelectual e moral do ser humano) familiar deve ser adequado para possibilitar à criança o sucesso na aprendizagem, proporcionando-lhe a motivação, o interesse e a concentração necessária para a apreensão do conhecimento.

A adequação desse processo compreende o atendimento às necessidades da criança quanto à presença dos pais compartilhando suas experiências e sentimentos, orientação firme quanto aos comportamentos adequados, possibilidade de escolhas, certa autonomia nas suas ações, organização da sua rotina, oportunidade constante de aprendizagem e respeito e valorização como pessoa.

A criança necessita de equilíbrio entre condutas disciplinares e diálogo, compreensão e carinho. Num processo educativo os pais experienciam a necessidade de um trabalho de auto-análise, de reestruturação de seus comportamentos, crenças, sentimentos e desejos. Os pais precisam conquistar, em relação a si mesmos, primeiramente, o que querem que os filhos sejam: justos, disciplinados, honestos, responsáveis (GRUNSPUN, 1985). Esse processo ocorre nas vivências do dia-a-dia, na medida em que pais e filhos comunicam-se de maneira transparente e sincera, falando de suas percepções, suas dúvidas, objetivos, emoções, aprendendo uns com os outros.

Criar filhos não significa torná-los perfeitos, pois os pais têm muitas dúvidas e estão sujeitos a muitas falhas; mas o que é necessário é tentar identificar os conflitos e desfazê-los, aprendendo a conviver com essas situações. Através dos conflitos os pais desenvolvem a percepção de si mesmos e de seus filhos. Essas situações estimulam pais e filhos a instalar um diálogo verdadeiro, expondo o entendimento e sentimento em relação às experiências cotidianas. Por outro lado, aspectos fundamentais do processo educativo revelam que os pais devem ter respeito sobre o que o filho sente, mas cabe a eles negar com firmeza e determinação as atitudes que possam contrariar o que desejam para a educação de seus filhos (TIBA, 1999).

Dificuldades escolares apresentadas pelas crianças, relacionadas à falta de concentração e indisciplina ocorrem e podem ser causadas pela ausência de limites. A primeira geração educou os filhos de maneira patriarcal, isto é, os filhos eram obrigados a cumprir as determinações que lhes eram impostas pelo pai. A geração seguinte contestou esse sistema educacional e agiu de maneira oposta, através da permissividade. Os jovens ficaram sem padrões de comportamentos e limites, formando uma geração com mais liberdade do que responsabilidade.

Tanto na família quanto na escola, segundo Tiba (1999, p.45), há “a necessidade de orientação às crianças quanto às regras disciplinares, para que elas possam desenvolver a capacidade de concentração e de apreensão dos conceitos”. A aprendizagem se dá de maneira gradativa e não será possível sem a participação ativa do aluno, de maneira disciplinada, orientada.

Os pais devem preparar os filhos para arcarem com suas responsabilidades. Na medida em que a criança vai aprendendo a cuidar de si mesma, vai experimentando a sensação gratificante da capacidade de enfrentar desafios. E cada realização é um aprendizado que servirá de base para um novo aprendizado. Assim, realizando suas vontades e necessidades, a criança vai gostando de si mesma, desenvolvendo a auto-estima.

O relacionamento familiar também é fundamental no processo educativo. A criança estará muito mais receptiva às instruções dos pais, se os membros da família se respeitarem entre si, procurando conversar e colaborar um com o outro. É importante a participação dos pais na vida dos filhos, numa convivência como companheiros, compartilhando emoções, o que contribui muito para a disciplina.

Todos esses aspectos citados e muitos outros, são fundamentais para que o desenvolvimento da criança se efetive. Portanto, a família necessita da ajuda dos profissionais na aquisição desses conhecimentos básicos e essenciais para que possa cumprir seu papel de facilitadora do processo de aprendizagem de seus filhos, através de comportamentos mais adaptativos.


4 A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NESTE CONTEXTO


A intervenção psicopedagógica veio introduzir uma contribuição mais rica no enfoque pedagógico. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, políticos, etc. A causa do sucesso de aprendizagem, bem como de suas dificuldades, deixa de ser localizada somente no aluno e no professor e passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo.

Um outro problema grave a ser ressaltado é uma concepção redutora do modelo piagetiano que tem sido adotada em boa parte dos cursos de Pedagogia, no qual são privilegiadas apenas as colocações iniciais da sua obra. Ela tem direcionado os professores a conceberem o processo de ensino-aprendizagem de uma maneira estática, universalista e atemporal. Com isto ficam de fora as contribuições mais importantes de Piaget em relação aos processos de equilibração e reequilibração das estruturas cognitivas (MARCELINO, 1998).

O educador já não se defronta com um processo linear de crescimento e desenvolvimento, tanto no desenvolvimento intrínseco como na expressão, mas com um realizar-se descontínuo no qual fases e períodos se entrecruzam, se opõem dialeticamente, oposições de que resulta uma nova estruturação. Paragens, acelerações, saltos bruscos são a expressão formal. Isto altera completamente o panorama da pedagogia graduada: se o desenvolvimento não é contínuo e ininterruptamente acelerado e progressivo, como se lhe adequará uma educação regulada por grandes períodos de desenvolvimento? Como pretender apreender a instabilidade do desenvolvimento pela instabilidade de um processo educativo que se mede por anos? Os fins da pedagogia não deveriam apontar para o homem futuro, o que realmente será permanente e atuante, e não para as etapas da idade evolutiva? (MARCELINO, 1998).

Esta visão aponta um deslocamento de uma vertente universalista atemporal para uma vertente particularista temporal.

Oliveira (1995) revela alguns dos aspectos fundamentais deste processo. Segundo a autora, o fundamental “é perceber o aluno em toda a sua singularidade, captá-lo em toda a sua especificidade em um programa direcionado a atender as suas necessidades especiais”.

É a percepção desta singularidade que vai comandar o processo e não um modelo universal de desenvolvimento. Isto porque o uso do modelo universalista camufla normalmente uma concepção preestabelecida do processo de desenvolvimento do sujeito. Na intervenção psicopedagógica deve-se evitar as chamadas “profecias auto-realizadoras”, isto é, prognósticos que o professor lança a respeito do processo de desenvolvimento de seu aluno sem levar em consideração o seu desempenho.

É preciso que o psicopedagogo também altere a sua forma de conceber o processo de ensino-aprendizagem. Ele não é um processo linear e contínuo que se encaminha numa única direção, mas, sim, multifacetado, apresentando paradas, saltos, transformações bruscas, etc.

O processo de ensino-aprendizagem inclui também a não-aprendizagem, ou seja, a não-aprendizagem não é uma exceção dentro do processo de ensino-aprendizagem, mas se encontra estreitamente vinculada a ele. O aluno pode se recusar a aprender em um determinado momento. O chamado fracasso escolar não é um processo excepcional que ocorre no sentido contrário ao processo de ensino-aprendizagem. Constitui, sim, exatamente a outra face da mesma moeda, o seu lado inverso.

O saber e o não-saber estão estreitamente vinculados. O não-saber se tece continuamente com o saber. Com isto, pretende-se dizer que o processo de ensino-aprendizagem, do ponto de vista psicopedagógico, apresenta sempre uma face dupla: de um lado, a aprendizagem, e do outro, a não-aprendizagem.

O desejo de saber faz um par dialético com o desejo de não-saber. Segundo Fernández (1991, p.87):

O jogo do saber-não-saber, conhecer-desconhecer e suas diferentes articulações, circulações e mobilidades, próprias de todo ser humano ou seus particulares nós e travas presentes no sintoma, é o que nós tratamos de decifrar no diagnóstico.

Neste contexto, a aprendizagem coloca em foco as diferentes dimensões do aprendiz sob a ótica integradora dos aspectos cognitivo, afetivo, orgânico e social. O “olhar” sobre estes aspectos, ao mesmo tempo que relativiza a importância da escola na aprendizagem, coloca em foco a importância de toda a reunião de fatores extra-classe que interferem no processo de construção do conhecimento e do papel de aprendiz.

Ao considerar a aprendizagem como um processo articulado ao momento do aprendiz, a sua história e as suas possibilidades sob o aspecto cognitivo, afetivo e social, a Psicopedagogia, segundo Silva (1998, p.59):

Rompe a ligação ensino-aprendizagem, porque, tanto o aprender como processo quanto o processo de construção do conhecimento não têm relação necessária com o ensinar e, finalmente, porque ambos os processos antecedem e ultrapassam o ensinar.

Sob este ponto de vista passa a existir a necessidade de o psicopedagogo investigar com profundidade os contextos do aprendiz e tentar reuni-los em uma síntese que retrate o momento desse aprendiz, ao mesmo tempo que viabiliza a aprendizagem.

Para aprender, o aluno precisa estar apto a fazer um investimento pessoal no sentido de renovar-se com o conhecimento. Implica um movimento que envolve, tanto a utilização dos recursos cognitivos mesclados com os processos internos, quanto com suas possibilidades sócio-afetivas. Vale dizer que a aprendizagem vai acontecendo à medida que o educando vai construindo uma série de significados que são resultados das interações que ele fez e continua fazendo em seu contexto social.

Popularizou-se a visão de que não basta e nem é garantia de sucesso escolar um ambiente doméstico favorável materialmente aos estudos, e uma professora interessada e competente para que a aprendizagem aconteça com sucesso. Desta forma, trabalha-se com a possibilidade do modelo de aprendizagem não se caracterizar como algo de cunho somente individual, mas também como um modelo desenvolvido em uma rede de vínculos que se estabeleceu em família.

É a família que dará noções de poder, autoridade, hierarquia, funções que têm diferentes níveis de poder e onde aprendem habilidades diversas. Aprendem ainda a adaptar-se às diferentes circunstâncias, a flexibilizar, a negociar. Enfim, desenvolverá o pertencimento da criança ao seu núcleo familiar. À medida que a criança vive em família e se submete aos seus rituais, processo e desenvolvimento, ela vai se individualizando, diferenciando-se em seu sistema familiar. Quanto mais as fronteiras entre os membros da família estiverem nítidas, mais possibilidade de individualizar-se a criança terá. Se tiver irmãos, é a oportunidade de experimentar relações com iguais.

É neste cenário que a criança constrói o seu modelo de aprendiz e a forma como ela se relaciona com o conhecimento. Para a família do aluno, a escola tem uma simbologia e um significado que estará presente na forma de “ser aluno” e na sua forma de participação nas atividades escolares. A maneira pela qual a criança se integra e se entrega ao seu processo de aprender está diretamente relacionado à capacidade desenvolvida em família de viver o coletivo compactuado.

Para a escola do aprendiz, a família é a matriz indispensável para que o trabalho de construção do cidadão aconteça. Toda a riqueza do desenvolvimento da criança se inicia na família e vai se fortificando à medida em que esta vai estabelecendo sua rede relacional que, na seqüência, acontece na escola e se expande para além dela. É em relação com seus pares e em um contexto democrático que a criança consolida o seu papel social de cidadã. Porém, de uma forma geral, a escola não vê com bons olhos interferências pedagógicas suscitadas pela família que, por sua vez, nem sempre aceita orientações psicopedagógicas de caráter formativo da escola.

Nesse jogo de forças quem perde são os alunos e, conseqüentemente, todos os envolvidos. O sucesso está na unidade e na coerência de atitudes. Eis um desafio constante que, sem dúvida, merece ser perseguido.

4.1 DIFICULDADES PARA A PSICOPEDAGOGIA

O trabalho psicopedagógico, mesmo no atendimento individual, encontra dificuldades localizadas no desconhecimento do processo de aprendizagem e na própria relação com o aprendiz.

Num trabalho na instituição escolar, o psicopedagogo, além dessas dificuldades, encontra outros tipos de resistência, pois essa ação exige mudanças no sentido de avaliar as propostas de ensino, a partir do acompanhamento do processo de aprendizagem do aluno.

À tradicional aceitação do rendimento do estudante, sem análise do seu processo de elaboração e das condições para sua aprendizagem, cria um falso quadro sobre a situação de escolarização (MASINI, 1994).

Nesse enfoque, os maus resultados são vistos, quase exclusivamente, como de responsabilidade do aprendiz. Apontá-lo como lento, problemático, ou sem pré-requisitos é um procedimento comum por parte das equipes educacionais, nas suas várias instâncias.

Analisar o processo do aluno em situação de sala de aula, na relação com o professor e os colegas ante as condições de ensino que lhe são oferecidas, constitui uma drástica mudança no quadro da escolarização, exigindo dos educadores constante reflexão sobre sua ação. Isto não é fácil, pois envolve transformações de atitudes e do pensar dos educadores.

É preciso repensar o ato de aprender na instituição escolar utilizando uma proposta viável em busca de uma aprendizagem significativa por parte do sujeito.


5 CONCLUSÃO

Este trabalho possibilitou compreender que é de suma importância uma relação cordial entre família e escola, ficando claro que ambas devem caminhar juntas, pois torna-se necessário este entrosamento para que os alunos tenham uma aprendizagem seqüencial, na qual, os pais colaboram diretamente com as propostas da escola. E a escola se propõe interagir com a comunidade que a circunda, resultando, assim, num bom desenvolvimento e crescimento para ambas.

De acordo com a literatura pesquisada, constatou-se também os efeitos da rotulação e dos problemas de aprendizagem na escola, necessitando, ainda mais a atuação do psicopedagogo dentro das instituições escolares, trabalhando com diagnósticos, auxiliando os professores na sala de aula e, principalmente, na prevenção dos casos de alunos com problemas de aprendizagem, evitando mais um fracasso escolar.

Em síntese, uma escola é funcional quando conta com forte aliança entre a comunidade, o corpo docente e o administrativo, os quais trabalham os seus conflitos através da colaboração e diálogo. Esses elementos são flexíveis em sua maneira de lidar com os conflitos, utilizando-se do conhecimento de várias técnicas e métodos adequados. As decisões são tomadas em conjunto e a participação dos alunos é solicitada, mas sem ser igualitária. Cada membro do sistema escolar tem seu papel determinado. O psicopedagogo observa e diagnostica o sistema escolar e, então, cria condições favoráveis para a resolução dos problemas que surgem, fazendo com que o ensinar e o aprender se tornem comprometidos. Sendo assim, a atuação do psicopedagogo dentro da escola exige algumas características básicas.


6 REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.

CECCON, Claudius; OLIVEIRA, Miguel Darcy de; OLIVEIRA, Rosiska Darcy de. A vida na escola e a escola da vida. 34 ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

CHIZZOTTI, A. A pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991.

FERNÁNDEZ. A. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e da família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

GRUNSPUN, H. Autoridade dos pais e educação da liberdade. São Paulo: Almed, 1985.

KUPFER, Maria Cristina. Freud e a educação: o mestre do impossível. São Paulo: Scipione, 1989.

MARCELINO, Lourdes. Administração e supervisão escolar: questões para o novo milênio. São Paulo: Pioneira, 1998.

MARTINS, Nanci de Almeida Rezende. Análise de um trabalho de orientação a famílias de crianças com queixa de dificuldade escolar. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, 2001.

MARTURANO, E. M. Ambiente familiar e aprendizagem escolar. In: C. A. Funayama (Org.). Problemas de aprendizagem: enfoque multidisciplinar. Ribeirão Preto: Legis Summa, 1998.

MARTURANO, E. M. Recursos no ambiente familiar e dificuldades de aprendizagem na escola. In: Psicologia: teoria e pesquisa, v. 15, n.2, p. 135-142, mai.ago./1999.

MASINI, Elcie F. Salzano (Org.). Psicopedagogia na escola: buscando condições para a aprendizagem significativa. São Paulo: Loyola, 1994.

OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. 2.ed. São Paulo: Scipione, 1995.

POLITY, E. Pensando as dificuldades de aprendizagem à luz das relações familiares. In: POLITY, E. Psicopedagogia: um enfoque sistêmico. São Paulo: Empório do livro, 1998.

RACY, Andréa; VIEIRA, Patrícia. As dificuldades de aprendizagem na escola. Disponível em: <http://www.abpp.com.br>. Acesso em 24/03/2006.

ROGERS, C. O tratamento clínico da criança-problema. São Paulo: Martins Fontes, 1978.

SILVA, Maria Cecília Almeida. Psicopedagogia: em busca de uma fundamentação teórica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.

TIBA, Içami. Disciplina na medida certa. São Paulo: Gente, 1999.


7 ANEXO

ENTREVISTA REALIZADA POR ANDRÉA RACY E PATRÍCIA VIEIRA PARA O SITE: <http://www.abpp.com.br>.

ENTREVISTA: AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA

ENTREVISTADA: NEIDE DE AQUINO NOFFS

Andréa e Patrícia – Quais os instrumentos que você utiliza para identificar os alunos com dificuldades de aprendizagem?

Neide: Os instrumentos que utilizo são: observações, situações pedagógicas, situações projetivas, entrevistas com professores e com famílias dos alunos, questionários, análise da produção do aluno/professor/hora do jogo.

Andréa e Patrícia –  Como a escola procede no sentido de fazer o encaminhamento de um aluno para realizar um diagnóstico ou um trabalho psicopedagógico?

Neide: O encaminhamento é feito somente após o professor esgotar seus recursos didático-pedagógicos em sala de aula, diferenciando problemas educativos, de sociais.

Andréa e Patrícia –  Quais os cuidados que a escola deve tomar em relação ao aluno, à família e aos professores responsáveis pelo aluno?

Neide: Os cuidados em relação aos responsáveis pelo aluno, seja família ou professor, é trabalhar no sentido de prevenir problemas de aprendizagem escolar através de grupos de estudo, grupos de apoio à família, projetos específicos envolvendo a formação de qualidade do professor e o entrosamento da família e escola.

Andréa e Patrícia –  Qual o papel da escola diante dos alunos com dificuldades de aprendizagem?

Neide: O papel da escola é o acolhimento à diversidade, criando condições não só de acesso, mas, o de permanência dos alunos na instituição escolar. Criar situações mobilizadoras onde novas ferramentas sejam veiculadas, aproximar-se das famílias respeitando as diferenças, rever o conceito de conteúdo, trabalhar na integração de pessoas, metas e conceitos. O papel do psicopedagogo na escola deverá ser o de um profissional que assessore a equipe e comunidade no sentido de apoio psicopedagógico, buscando identificar e enfrentar as dificuldades detectadas. O município de Ourinhos-SP já implantou este profissional na rede pública com esta meta.

Andréa e Patrícia – Você poderia sugerir bibliografia sobre o assunto que possa auxiliar o trabalho do psicopedagogo?

NOFFS, Neide A. O psicopedagogo na rede de ensino. São Paulo: Elevação, 2003.

COLOMER, Camps. Ensinar a ler ensinar a compreender. Porto Alegre: Artmed, 2002.

POZO, Juan Ignácio. A solução de problemas, aprender a resolver, resolver para aprender. Porto Alegre: Artmed, 1998.

URIES, Zan; HILDEBRANDT et al. O currículo construtivista na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

SOLE, Isabel. Orientação educacional e intervenção psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2001.

(Retirado do site: Pedagogia ao Pé da Letra em 30/04/13)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Repúdio a decisão do CFM quanto ao apoio do aborto de crianças até a 12ª s. de gestação


Com certeza! Nojo desse ato que banaliza o sentido da vida de uma criatura completamente inocente! Absurdo existir tamanha imoralidade entre as pessoas. Acham-se no direito de MATAR alguém simplesmente para defender a vida da mulher? Se realmente prezassem pela vida não matariam uma para salvar a outra (num caso que não fosse de risco para um deles). Independentemente de qualquer situação, seja estupro, gravidez indesejada, ou qualquer outro pretexto não é motivo para matar uma criança, e tirá-la o direito à vida! Essas pobres mulheres muitas vezes são levadas pelo desespero, pela falta de apoio (num sentido positivo) dos pais e parentes próximos, por não terem preparação, etc. E acabam recorrendo à uma "solução" assim, inconsequente, inconsciente e irracional. São mulheres que precisam de ajuda, para compreender que o que ela carrega dentro de si não é uma "coisa", mas um bebê, uma vida, um filho, que ainda morto não deixará de ser seu. Uma mulher que aborta não se livra da criança que abortou, mas se torna simplesmente a mãe de um filho morto. Triste o conceito que esse povo tem, e isso tornou-se realidade para tantos e tantas. Que Deus tenha misericórdia dessas almas desconsoladas, e também de nós, que quase sempre nos calamos diante desses atos, não tomamos uma posição e nem contribuímos para que o Bem seja feito.
Uma vida dentro da outra. Que covardia destruí-la para "proteger-se"! Afinal, o que é proteger? Não é cuidar do que se ama? E como não amar o que é concebido dentro de seu próprio ventre? Como não prezar pelo cuidado de um filho? Ainda que,não tenho condições financeiras para o criar, posso dá-lo para a adoção, pois da mesma forma que existem mães que rejeitam seus filhos tomando a (má) iniciativa do aborto existe também homens e mulheres que não podem ter filhos e querem acolher uma criança na adoção. Ninguém queria ser abortado. Então, como diz o ditado... Não deseje pro outro o que você não deseja para si mesmo!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A pobreza e crueldade do aborto

Quando falamos sobre o aborto todo ser humano está inserido nesta questão, principalmente agora em tempos de eleições, quando elegemos um ou outro candidato acreditando no potencial e nos projetos dele. A triste realidade é que depois das eleições os candidatos, já eleitos, somem. Não passam mais pelas nossas ruas para apertar nossa mão nem fazem caminhada e muito menos pintam o muro da nossa casa. Eles simplesmente não dão mais as caras para o povo! E começam a distorcer aquilo que eles tinham prometido fazer e aquilo que se diziam acreditar. Por exemplo, há muitos candidatos que se colocam como CONTRA O ABORTO, mas são uns dos que mais acreditam e promovem essa prática. Por isso a sociedade precisa estar atenta à esses grandes abortistas, que de uma forma totalmente banal acreditam que a morte de inocentes é a saída para grandes tribulações e desesperos.

O aborto é uma atitude suja, que trás desgosto à qualquer mulher! É muito importante conscientizar as pessoas sobre esta prática tão desgostosa, e ajudar as mulheres que estão envolvidas nesta situação! 

A verdade é que o aborto em sua totalidade miserável nunca vai tirar a dor daquela mulher que foi estuprada, ou daquela que foi rejeitada depois do relacionamento a dois. Enfim, o aborto não vai amenizar a dor de nenhuma mulher que engravidou como consequência de um estupro ou de algo ruim. Na verdade, o aborto vai piorar a situação e fará da mulher uma mãe de um bebê morto.

"Mas eu sinto que o maior destruidor da paz hoje é o aborto, porque é uma guerra contra a criança - um assassinato direto da criança inocente - assassinato feito pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo sua própria criança, como nós podemos dizer para outras pessoas que não matem uns aos outros?"(Madre Teresa de Calcutá)

"O mundo que Deus nos deu é mais do que suficiente, segundo os cientistas e pesquisadores, para todos; existe riqueza mais que de sobra para todos. É só uma questão de reparti-la bem, sem egoísmo. O aborto pode ser combatido mediante a adoção. Quem não quiser as crianças que vão nascer, que as dê a mim. Não rejeitarei uma só delas. Encontrarei uns pais para elas. Ninguém tem o direito de matar um ser humano que vai nascer: nem o pai, nem a mãe, nem o estado, nem o médico. Ninguém. Nunca, jamais, em nenhum caso. Se todo o dinheiro que se gasta para matar fosse gasto em fazer que as pessoas vivessem, todos os seres humanos vivos e os que vêm ao mundo viveriam muito bem e muito felizes. Um país que permite o aborto é um país muito pobre, porque tem medo de uma criança, e o medo é sempre uma grande pobreza." (Madre Teresa de Calcutá)

Madre Teresa de Calcutá foi uma grande defensora da Vida! Ela sabia bem que este é um direito de todo ser humano: VIVER. E o aborto abomina definitivamente este presente tão belo que Deus nos deu! O próprio Jesus nos diz: Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância. Portanto, a prática abortista não vem de Deus, mas vem do mal, é algo mito nojento que foi imposto na sociedade, que foi colocado para nós de forma muito desumana como uma solução para todas mulheres que tiveram gravidez não provocada.

Sou completamente contra o aborto! Amo a vida em todos os aspectos e em todas as circunstâncias. E sei que não há nenhum motivo para que ela seja jogada fora de tal maneira como acontece no ato do aborto. Acredito que nenhum de nós temos direito de tirar aquilo que nos foi dado por Deus. Como católica que sou creio que aquilo que Deus nos deu só Ele tem o direito de levar! Com meu ponto de vista aqui lançado não quero que as pessoas pensem que não me importo com essas mulheres que recorrem ao aborto. Claro que penso de forma muito cautelosa nelas. E a esse respeito eu posso afirmar novamente que o aborto não vai fazer nenhuma delas sofrer menos. A prática abortista é um mal muito pesado na consciência e na alma dum ser humano. É algo que destrói à nós mesmos pouco a pouco.

A mulher que está grávida e não quer educar a criança e acolhê-la como filha, deveria seguir o conselho da Madre Teresa de Calcutá, e dar a criança recém-nascida aos casais que lutam para juntos uma família. E o incrível é isso... Enquanto existem casais que pela questão da genética não tem podem ter filhos e precisam recorrer a adoção, existem por outro lado também essas pobres mulheres que matam o fruto do seu próprio ventre para satisfazer sua própria vontade, tornando-se uma mãe assassina, cruel e injusta por ter impedido seu FILHO de nascer. Sendo assim, podemos ver que o aborto muda o nosso conceito não apenas de Vida, mas também de Família!

Ontem estive participei da I Marcha em defesa da Vida que aconteceu na cidade onde moro (Recife), na Av. Boa Viagem! Não tenho estimativa de quantas pessoas presenciaram essa caminhada, mas vi que haviam pessoas de diversas religiões, de diversas raças, de diversos lugares, que estavam ali unidas por uma única questão: para dizer SIM À VIDA! Católicos, espíritas, nações umbandas, maçonaria, protestantes... estavam todos juntos num só coração! Inclusive haviam lá pessoas que testemunharam a favor da vida, afirmando que mesmo na dificuldade elas foram amadas porque seus pais não desistiram delas. Nesta Marcha alguns organizadores como Patrícia Cruz e Iraponam fizeram uma conscientização sobre o voto do eleitor aos candidatos abortistas e, inclusive, as faixas que haviam na Caminhada declaravam em público nosso profundo respeito e amor à Vida, assim como declaramos também nossa recusa a esta prática maldita e miserável que desrespeita todo sentimento de amor que há na face da terra!

Marcha em defesa da Vida - 30/09/12

Achei muito interessante a participação desses enfermeiros e de alguns médicos! É de suma importância que eles também se coloquem à favor da vida!

Este banner estava no lado externo do trio elétrico, e durante a caminhada ao ver esta imagem pensei ligeiramente que enquanto estava no ventre de minha mãe também fui como este bebê... pequenino e indefeso, e imaginei por um momento se minha mãe tivesse abortado. O que seria então de mim? Minha própria mãe estaria me rejeitando, estaria sendo cruel comigo, estaria acabando com meu coração, com minha alma, com minha vida... E ao pensar nisso senti uma dor enorme por lembrar da dor dos pequeninos bebês que já foram abortados sem pena nem piedade! Como é triste a prática abortista!

Dando início à Caminhada, Nando Cordel também estava lá dizendo sim à vida, dizendo sim aos candidatos que também dizem "sim à vida" conosco!

A mãe que conscientemente pratica o aborto sem arrependimento deveria chorar a vida toda como se estivesse num velório por ter matado o filho que não chegou sequer a conhecer! 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A criança com TDAH e a Escola

Notas baixas, problemas de comportamento e dificuldade de adaptação ao ambiente escolar são problemas recorrentes das crianças portadoras do TDAH.


Dificuldade de prestar atenção na aula, distrair-se facilmente e ficar com a mente vagando pelo "mundo da lua" quando o professor está falando. Pouca paciência para estudar e fazer os deveres, agitação, inquietude e uma capacidade incrível de fazer milhões de coisas ao mesmo tempo. E quase nenhuma delas associada à aula. Estas são algumas características de alunos que apresentam o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, conhecido como TDAH. O problema atinge um grande número de crianças e adolescentes, que vêem o seu desempenho acadêmico prejudicado pela doença e muitas vezes sequer sabem que são portadores.
Professores das primeiras séries do ensino fundamental vez por outra estão às voltas com um ou outro aluno que não pára quieto um instante, se movimenta o tempo todo, não dá a mínima para o que está sendo ensinado e ainda fica incomodando os coleguinhas. O destino do bagunceiro é quase sempre a sala da diretoria, onde uma bela bronca o espera. Esse é um comportamento típico dos meninos portadores do transtorno, que neles tem o predomínio de sintomas de hiperatividade. Já entre as meninas, a situação mais comum é a daquela aluna comportada, quieta, que não participa das aulas (mas também não incomoda) e que está sempre distraída. Qualquer coisa é capaz de desviar sua atenção. A aula e o professor vão para o fim da lista de prioridades enquanto a mocinha se atém a ficar folheando o seu caderno, rabiscando na carteira e criando joguinhos com o estojo e as canetas. Tanto no caso das meninas distraídas quando no dos garotos bagunceiros, o resultado pode ser um aproveitamento acadêmico nada satisfatório no final do semestre e a frustrante sensação de não conseguir acompanhar os progressos do restante da turma.

Uma das principais dificuldades dos alunos portadores de TDAH são os problemas de comportamento no ambiente escolar, que se manifestam pela dificuldade de obedecer a um código disciplinar rígido e pela agitação na sala de aula.

Fui chamada para conversar com a diretora da escola do meu filho diversas vezes ao longo do ano. Os professores se queixavam de que ele não parava quieto um minuto, tirava a tenção dos coleguinhas e que atrapalhava a aula - conta a secretária Maria Helena Araújo, mãe de Lucas, de 8 anos. Certa vez uma pedagoga escolar chegou a insinuar que um ambiente familiar desregrado poderia ser o problema do menino - Ela disse na minha cara que atitudes assim são típicas de crianças que não recebem boa educação dos pais.

Professores despreparados

O episódio protagonizado por Maria Helena é bastante comum e se repete com freqüência em escolas de todo o país. Raramente os profissionais encarregados da orientação escolar de uma escola estão preparados para lidar com uma criança portadora do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade.

Os professores estão sobrecarregados e não conseguem lidar com o assunto. Eles lidam com uma série de alunos com problemas e não podem se dedicar aos alunos com TDAH - destaca o psiquiatra Ênio Andrade, que coordena o Ambulatório de TDAH infantil do Instituto de Psiquiatria que funciona no Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele pondera que diante de uma turma que não raramente chega a 30 alunos, é difícil um professor conseguir dar atenção individualizada e conseguir acompanhar de perto as suas dificuldades de cada um. No stress do dia-a-dia, mandar o desordeiro para o corredor acaba sendo a maneira mais fácil de restabelecer a ordem na turma.

O aluno passa ser visto como desleixado, preguiçoso e indolente. Na verdade, estas são limitações impostas pela doença, que se não for corretamente diagnosticada e tratada, atrapalha tanto a vida dos pais quando dos filhos. Reuniões com a direção são freqüentes e, não raro, acompanhadas de um convite para trocar de instituição de ensino.

As crianças portadoras de TDAH não se adaptam bem a instituições de ensino muito tradicionais e que tenham um código disciplinar muito rígido. Nestas escolas, castigos e suspensões por problemas disciplinares são recorrentes - explica a psiquiatra Vanessa Ayrão, pesquisadora do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Tolerância zero

Esse foi o drama vivido pela advogada Márcia Guimarães. Decidida a oferecer ao filho Gustavo, hoje com 10 anos, uma educação de primeira linha, não hesitou em matriculá-lo em uma tradicional e cara escola do Rio de Janeiro. Em pouco tempo os problemas começaram a aparecer. Primeiro foram as repreensões leves, depois alguns castigos, seguidas reclamações dos professores e por fim uma reunião com o diretor.

Eles foram implacáveis. No meio do ano me chamaram na escola e disseram que o meu filho não tinha o perfil para seguir seus estudos naquela instituição. Eu ponderei e pedi que o deixassem ao menos terminar o ano, mas não consegui. O diretor afirmou que já havia dado diversas chances e que o comportamento do Gustavo estava comprometendo o andamento de toda a turma. Não tive escolha.

Preocupada com a boa formação do filho, procurou uma instituição com o mesmo perfil da anterior. O resultado foi igualmente ruim.

Os mesmos problemas se repetiram e no final do ano fui avisada de que a matrícula dele não poderia ser renovada. Comecei a ficar desesperada e não sabia o que fazer. Aos 7 anos de idade o meu filho já tinha sido expulso de duas escolas. Foi quando o meu marido leu uma reportagem sobre crianças hiperativas em um jornal e decidimos levá-lo ao psiquiatra - lembra Márcia. Ela diz que, ao chegar ao consultório, o médico não demorou mais que alguns segundos para dar o diagnóstico.

Na primeira consulta, o meu filho só faltou subir na estante do médico - brinca mãe, que depois escolheu para o filho um colégio com uma política educacional mais flexível e, seguindo recomendação do psiquiatra, antes de a escola mandar a primeira reclamação, ela mesma foi conversar com a orientadora educacional. Munida de reportagens, livros, folhetos explicativos e muita paciência, contou toda a história e falou sobre a doença.

A escola foi super receptiva. Talvez pelo fato de eu tê-los procurado antes de qualquer reclamação, os professores se mostraram mais tolerantes e atenciosos. Mas não pude deixar de me surpreender com o fato de eles não terem a menor idéia sobre o que é o TDAH.

Escolas públicas: situação ainda mais grave

O médico Ênio Andrade faz coro e reforça o que a mãe de Gustavo descobriu na prática.

As escolas não estão preparadas e ainda tem muito o que aprender. E se em famílias com recursos e que podem recorrer a escolas particulares os pais e as crianças encontram problemas, imagine nas escolas públicas. Com a política da progressão continuada (em que o aluno passa de ano automaticamente, mesmo que o aprendizado não tenha sido satisfatório), muitas crianças só descobrem que tem o problema quando chegam a quinta-série e sequer sabem ler - explica o médico.

No núcleo de psiquiatria do Hospital da Clínicas recebo muitos pacientes de escolas públicas assim. As meninas são muito prejudicadas. Elas são quietinhas, distraídas, e não incomodam como os garotos. Os pais, pouco escolarizados e sem recursos, só desconfiam que há algo errado quando a filha vai fazer a prova para a quinta-série e o resultado é desastroso - completa Ênio. 

O diagnóstico do TDAH é menos comum nas meninas. O que normalmente faz a família procurar um médico são os problemas com a agitação e a inquietação típica dos rapazes. Estima-se que dois terços dos pacientes diagnósticas sejam homens e apenas um terço de mulheres. Mas se as meninas não tem a mesma capacidade de alvoroçar a turma e tirar os professores do sério, as dificuldades de aprendizado são as mesmas.

Falta de atenção e impulsividade

Como o próprio nome já diz, uma das maiores queixas dos pacientes que sofrem de TDAH é a dificuldade de prestar atenção, de se concentrar e conseguir direcionar o raciocínio. Para agravar o quadro, as crianças com TDAH costumam ser muito criativas. Como resultado dessa combinação de fatores, os pacientes têm uma incrível capacidade de pensar em várias coisas ao mesmo tempo e, conseqüentemente, de se distrair. Parecem estar prestando atenção em outra coisa quando o professor fala com elas. Somada a isso está a dificuldade de acompanhar atividades monótonas: prestar atenção do início ao fim a uma aula pouco empolgante é praticamente impossível. O aluno fica inquieto e trata logo de procurar alguma atividade para se ocupar: conversar com o amigo ao lado, mexer na mochila ou ficar passando as folhas do livro. Para o professor fica a impressão de que o aluno é desinteressado e que não presta atenção na aula por pura falta de vontade.

Os médicos explicam que é importante diferenciar "dificuldades em se adaptar a um sistema educacional" de "impossibilidade de aprendizagem". As crianças com TDAH apresentam inteligência e capacidade de aprendizado idênticas a de uma criança normal e são bastante criativas, mas é preciso lhes dar chance para se desenvolver e observar as suas deficiências.

Por causa da desatenção, é comum a criança portadora não se concentrar na aula e não acompanhar a explicação dos professores. Elas perdem a matéria e não aprendem tanto quanto poderiam. Na hora das provas a desatenção é ainda mais cruel: o aluno comete erros tolos porque não leu corretamente o enunciado e não se preocupou muito com a resposta. Vale lembrar que a impulsividade e a falta de paciência são outras características típicas de quem tem TDAH. Nestes casos, nada mais natural que ler somente metade da pergunta e já responder. O aluno pode até conhecer o assunto e saber a matéria, mas não consegue bom rendimento nas provas e exames.

O tratamento traz melhoras significativas

Eu não conseguia entender notas baixas da minha filha. Um dia antes do exame eu repassava a matéria toda com ela e não havia um assunto que ela não soubesse. Quando ela chegava com a prova em casa, eu via que ela tinha errado questões cuja resposta eu tinha certeza que ela sabia - relata o arquiteto Henrique Maciel. Coube à sua própria filha fazer o seu autodiagnóstico.

Eu li numa dessas revistas semanais uma matéria sobre crianças e adolescentes com TDAH. Eu na época tinha 15 anos e, ao ler a história de alguns pacientes e os comentários dos médicos, me identifiquei totalmente - conta Gabriela, que hoje está com 18 anos e já consegue lidar melhor com os problemas do TDAH - estou no segundo período da faculdade e estou achando estudar agora muito mais fácil do que antes. A minha vida mudou nestes três anos de tratamento.

Os médicos relatam que após iniciar o tratamento, maioria das crianças apresenta melhora significativa no comportamento na capacidade de aprendizado. Em pouco tempo elas já prestam mais atenção à aula, conseguem se concentrar melhor e já não relutam tanto em realizar tarefas monótonas e repetitivas. Com melhoria da atenção, o rendimento escolar e as notas apresentam mudanças que podem ser surpreendentes. O aluno desleixado, preguiçoso e pouco esforçado, de uma hora para outra, pode finalmente encontrar espaço para desenvolver seu potencial e mostrar que, contornando as deficiências impostas pelo TDAH, tem um rendimento compatível ao de qualquer um.

A auto-estima e gosto pelos estudos chegam a apresentar uma positiva reversão. Um aluno que não consegue prestar atenção às aulas, é sempre repreendido pelo professor (seja por estar distraído , seja por ficar falando a aula inteira) e por mas que estude não tira boas notas, dificilmente vai ter a escola ocupando posição de destaque no seu ranking de favoritos. Os pais se queixam que os filhos não gostam de estudar, não dão valor à escola e que são muito relapsos. Mas como gostar de uma coisa na qual, por mais que nos esforcemos, não conseguimos ser bem sucedidos? Quando os primeiros resultados após o início do tratamento começam a aparecer, a criança passa a se interessar mais pela escola e a relação com os amigos também muda. Afinal, aquele garoto agitado e pavio-curto, que fala sem pensar e não se preocupa muito com o que vai dizer aos outros dá lugar a um outro mais tolerante, atento e consciente de si mesmo. Os professores, os companheiros de sala e o histórico escolar agradecem.

Texto do Rafael Alves Pereira (Fonte)
Rafael Alves Pereira é jornalista formado pela PUC-Rio e trabalha atualmente na Rádio CBN. Ele escreve para a ABDA reportagens quinzenais, que trazem depoimentos de médicos e pacientes e têm o objetivo de oferecer mais informações sobre o TDAH para quem convive com o problema e para o público em geral. São abordados assuntos como o cotidiano do portador de TDAH, avanços médicos na área e o tratamento dos pacientes.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Dislexia - sintomas, diagnóstico, tratamento...

Hoje trago para vocês, leitores, um tema que é muito desenvolvido em projetos universitários e é uma realidade hoje muito comum entre as escolas: DISLEXIA, que geralmente é perceptível no início da alfabetização. Pretendo fazer mais postagens aqui no blog referente a este problema e, por isso, para começarmos bem, vamos conhecer um pouco sobre as características da dislexia.



Dislexia é uma dificuldade na aprendizagem da criança, quanto à velocidade e qualidade da aquisição das habilidades de leitura, escrita, fala, orientação espacial, entre outros. Para detectar a dislexia é necessário observar alguns sintomas como: dificuldades com a linguagem, dificuldades em escrever, dificuldades com a ortografia e lentidão na aprendizagem da leitura. Geralmente é perceptível no início da alfabetização e pode ser confundida com inteligência baixa ou desmotivação.

A causa da dislexia está relacionada ao processamento de informações, que ocorre diferentemente no cérebro de quem apresenta o distúrbio. A dispersão é a primeira característica a ser percebida entre as crianças. Elas demonstram dificuldades em manter a atenção durante atividades, como: jogar, aprender rimas, montar quebra-cabeça. Demoram a falar e a organizar a linguagem de modo geral.

É importante que a dislexia seja observada o quanto antes, a fim de que não provoque desinteresse da criança pelos estudos e tenha que enfrentar algumas frustrações. Como foi citado anteriormente, a dislexia não está relacionada com inteligência baixa, uma vez que crianças disléxicas mostram bons resultados em testes de lógica e atividades cognitivas. Às vezes essas crianças podem até apresentar inteligência acima da média.

A dislexia não tem ligação com nenhum tipo de retardo ou deficiência mental, e não indica futuras dificuldades acadêmicas e profissionais. Como se trata de uma dificuldade de aprendizagem, a criança pode apresentar um mau comportamento dentro e fora da sala de aula. 



Por Patrícia Lopes
Equipe Brasil Escola

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O desenvolvimento da criança e o brincar - por Bia Bedran

É um instinto natural. Toda criança nasce sabendo brincar. Um direito fundamental importantíssimo para o desenvolvimento do conhecimento, habilidades e potencialidades ainda na infância. Qual a importância do faz de conta para o desenvolvimento da criança? A televisão contribui ou desestimula o brincar? Até que ponto uma infância recheada de fantasia é um estímulo na formação da personalidade? Para conversar sobre o desenvolvimento da criança e o brincar, uma referencia quando o assunto é arte voltada para a infância: Bia Bedran contadora de histórias, compositora e professora.

domingo, 1 de julho de 2012

A atividade lúdica na educação infantil

Olá, pessoal! Hoje li um texto muito bom da Psicopedagoga Angela Cristina Munhoz e vim trazer para vocês! Para acessar mais textos da Angela acesse www.psicopedagogia.com.br




Estudos e pesquisas têm comprovado a importância das atividades lúdicas, no desenvolvimento das potencialidades humanas das crianças, proporcionando condições adequadas ao seu desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo, e social. Atividade lúdica é toda e qualquer animação que tem como intenção causar prazer e entretenimento a quem pratica. São lúdicas as atividades que propiciam a experiência completa do momento, associando o ato, o pensamento e o sentimento. A criança se expressa, assimila conhecimentos e constrói a sua realidade quanto está praticando alguma atividade lúdica. Ela também espelha a sua experiência, modificando a realidade de acordo com seus gostos e interesses.
Na educação Infantil podemos comprovar a influência positiva das atividades lúdicas em um ambiente aconchegante, desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das crianças. 
Os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança, pois se trata de um período em que a criança está construindo sua identidade e grande parte de sua estrutura física, socioafetiva e intelectual. É, sobretudo, nesta fase que se deve adotar várias estratégias, entre elas as atividades lúdicas, que são capazes de intervir positivamente no desenvolvimento da criança, suprindo suas necessidades biopsicossociais, assegurando-lhe condições adequadas para desenvolver suas competências. 
Todas as instituições que atendem crianças de 0 a 5 anos, deve promover o seu  desenvolvimento integral, ampliando suas experiências e conhecimentos, de forma a estimular o interesse pela dinâmica da vida social e contribuir para que sua integração e convivência na sociedade sejam produtivas e marcadas pelos valores de solidariedade, liberdade, cooperação e respeito. As intuições infantis precisam ser acolhedoras, atraentes, estimuladoras, acessíveis ás crianças e ainda oferecer condições de atendimento ás famílias, possibilitando a realização de ações sócioeducativas.

As crianças necessitam receber nas instituições de educação infantil:

  • Ações sistemáticas e continuadas que visam a fornecer informações;
  • Realizar vivências através de atividades lúdicas;
  • Aprimorar conhecimentos.

São vários os benefícios das atividades lúdicas, entre eles estão:

  • Assimilação de valores;
  • Aquisição de comportamentos;
  • Desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento
  • Aprimoramento de habilidades;
  • Socialização.

Quanto ao tipo de atividades lúdicas existentes, são muitas, podemos citar:

Desenhar;
Brincadeiras;
Jogos;
Danças;
Construir coletivamente;
Leituras;
Softwares educativos;
Passeios;
Dramatizações;
Cantos;
Teatro de fantoches, etc.

As atividades lúdicas podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que permita tentar uma situação de interação. Porém, mais importante do que o tipo de atividade lúdica é a forma como é dirigida e como é vivenciada, e o porquê de estar sendo realizada. Toda criança que participa de atividades lúdicas, adquire novos conhecimentos e desenvolve habilidades de forma natural e agradável, que gera um forte interesse em aprender e garante o prazer.
Na educação infantil, por meio das atividades lúdicas a criança brinca, joga e se diverte. Ela também age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. As atividades lúdicas podem ser consideradas, tarefas do dia-a-dia na educação infantil.
De acordo com Teixeira (1995), vários são os motivo que induzi os educadores a apelar às atividades lúdicas e utilizá-las como um recurso pedagógico no processo de ensino-aprendizagem. 
Segundo Schwartz (2002), a criança é automotivada para qualquer prática, principalmente a lúdica, sendo que tendem a notar a importância de atividades para o seu desenvolvimento, assim sendo, favorece a procura pelo retorno e pela manutenção de determinadas atividades. 
Huizinga (1996), diz que numa atividade lúdica, existe algo “em jogo” que transcende as necessidades imediatas da vida e confere um sentido à ação.

Para  Schaefer (1994), as atividades lúdicas promovem ou restabelecem o bem estar psicológico da criança. No contexto de desenvolvimento social da criança é parte do repertório infantil e integra dimensões da interação humana necessária na análise psicológica (regras, cadeias comportamentais, simulações ou faz-de-conta aprendizagem observacional e modelagem).
Toda a atividade lúdica pode ser aplicada em diversas faixas etárias, mas pode sofrer intervenção em sua metodologia de aplicação, na organização e no prover de suas estratégias, de acordo com as necessidades peculiares das faixas etárias. As atividades lúdicas têm capacidade sobre a criança de gerar desenvolvimento de várias habilidades, proporcionando a criança divertimento, prazer, convívio profícuo, estímulo intelectivo, desenvolvimento harmonioso, autocontrole, e auto-realização. 
O educador deverá propiciar a exploração da curiosidade infantil, incentivando o desenvolvimento da criatividade, das diferentes formas de linguagem, do senso crítico e de progressiva autonomia.  Como também ser ativo quanto às crianças, 
criativo e interessado em ajudá-las a crescerem e serem felizes, fazendo das atividades lúdicas na educação Infantil excelentes instrumentos facilitadores do ensino-aprendizagem.
As atividades lúdicas, juntamente com a boa pretensão dos educadores, são caminhos que contribuem para o bem-estar, entretenimento das crianças, garantindo-lhes uma agradável estadia na creche ou escola.  Certamente, a experiência dos educadores, além de somar-se ao que estou propondo, irá contribuir para maior alcance de objetivos em seu plano educativo.

Por Angela Cristina Munhoz Maluf, Ms. em Ciências da Educação,docente de graduação e pós-graduação,psicopedagoga, especialista em Educação Infantil e Especial, escritora, palestrante e consultora de projetos.