Por Daniella Magnini Baptista
Pedagoga
Chama-se de desenvolvimento social o comportamento observado no modo de alguém agir diante de uma dada situação ou pessoa. Aqui evidenciamos o desenvolvimento social da criança pois nossa proposta é esclarecer e quem sabe auxiliar no entendimento de alguns fatores que influenciam nas tomadas de decisões.
Para que o desenvolvimento social de uma criança seja pleno precisa ser fundamentado nos aspectos físicos, psicológicos e principalmente cognitivos. Quando esses aspectos são respeitados e estão em harmonia o desenvolvimento social da criança ocorre de maneira linear e sem grandes problemas, por isso, vale lembrar, que a medicina se encarrega dos cuidados físicos, a psicologia da carga emocional e a pedagogia da aprendizagem. Tudo isso é importante por que diante do grande desafio que é o desenvolvimento social da criança um aspecto está ligado ao outro. Cada fase da vida é caracterizada por aspectos que influenciam no desenvolvimento infantil fazendo com que a criança sinta que é parte do processo de interação social. São eles:
Nascimento: Por ser totalmente dependente do adulto o bebê inicia seu desenvolvimento com grande vínculo de dependência o que só poderá perder mais tarde. O interessante é que com seis semanas ele já reage de modo específico à voz do pai ou da mãe e exerce os reflexos presentes no nascimento.
Três e quatro meses: A criança reage de forma positiva à voz que ouve.
Quatro e cinco meses: Quando colocado diante de outra criança o bebê esboça alegria, sorri e pode repetir intencionalmente as reações que produzem resultados interessantes como por exemplo ao esticar as pernas para atingir um boneco suspenso sobre o berço, só para vê-lo balançar.
Seis meses: Devido a maior capacidade de discriminação visual, a criança sente a presença do outro e é atraído por ele pois apresenta interesse em novidades.
Sete meses: Nesta fase do desenvolvimento infantil, a resposta com choro à voz agressiva e aos gestos ameaçadores é uma característica inconfundível.
Oito meses a Um ano de idade: Neste período a criança reage à voz de censura ou à expressão desagradável de uma pessoa com um sorriso depois de um instante de vacilação.
Entre Um e Dois anos de idade: A criança apresentará uma reação amável ou hostil ao aproximar-se de outra pessoa dependendo do tipo de experiência que teve.
Entre Dois e Três anos de idade: Bastante egocêntrica, nessa faixa etária a criança aprende que neste mundo há regras que precisam ser obedecidas, sendo assim, a criança muitas vezes prefere brincar sozinha do que brincar com outras crianças da mesma faixa etária. Se manifestam atitudes eletivas de afeição, ódio e amor e nota-se com facilidade o ciúme de outras crianças.
Entre Três e Quatro anos: Nesta faixa etária a criança começa a desenvolver os aspectos básicos de responsabilidade e de independência, o que caracteriza um grande progresso em relação ao desenvolvimento da capacidade simbólica preparando naturalmente a criança para o próximo estágio que é o da infância e os anos iniciais da fase escolar.
Quatro anos: Ativa, a criança descobre que existem coisas que ela pode ou não fazer e tanto o animismo (quando atribui vida aos objetos) como o realismo nominal (quando acredita que o nome faz parte do objeto) são elementos formadores do processo de sociabilização no qual a criança gradualmente deixa de ser menos egocêntrica e compreende que suas ações podem afetar as pessoas à sua volta e manifesta a necessidade de contatos sociais.
Cinco anos: A criança já entende regras e sabe qual a importância de seguir padrões socialmente aceitos compreendendo claramente se uma coisa é certa ou errada. Desenvolve a racionalização diante de situações problemas e escolhe um melhor amigo que será aquele com o qual irá analisar os padrões de comportamento ensinados pela família e sociedade. Tem início a descoberta das relações sociais onde apreende a reagir diante do que gosta ou não apesar de sua participação nos grupos de brinquedos ainda ser vagarosa e seletiva.
Seis anos: Essa fase do desenvolvimento é caracterizada pela explosão lingüística na qual a criança possuí um vocabulário de cerca de mil palavras que ela fala e provavelmente outras duas ou três mil palavras que compreende. Com a aquisição e as descobertas de novas palavras e padrões no comportamento o desenvolvimento social é favorecido o que serve de instrumento para o avanço nas relações. Essa fase é caracterizada pelo encontro do prazer em se reunir a pequenos grupos de crianças do mesmo sexo, pois ela precisa de certa liberdade dentro do grupo para que seus gestos sejam aprovados.
Vale lembrar que é a partir dos seis anos de idade, que a criança passa a se comparar com outras crianças da mesma faixa etária e situações como essa aliadas ao crescimento da vida social da criança, tendem a diminuir a importância dos pais e da família como modelos de comportamento, aumentando a importância dos amigos e dos professores. O tempo de vida social da criança fora do lar se divide entre a escola e o grupo de amigos e por isso é que pais e professores devem ter muita paciência e dedicação pois tudo o que for estimulado nessa fase do desenvolvimento irá refletir no restante das escolhas e interesses.
É importante citar que o tipo de auto-imagem construída durante a infância pode influenciar no comportamento social da pessoa tanto no que caracteriza a pré-adolescência, a adolescência e principalmente a vida adulta e por isso é fundamental trabalharmos com modelos de valores e princípios positivos na família, na escola e na comunidade.